Um golo de Baghdad Bounedjah, nos instantes iniciais, permitiu hoje à Argélia vencer por 1-0 o Senegal, no Cairo, e conquistar a Taça das Nações Africanas (CAN) de futebol pela segunda vez na história, sucedendo aos Camarões.
Num encontro disputado no Cairo, o golo do avançado do Al-Sadd surgiu cedo na partida, logo aos dois minutos, num lance fortuito, garantindo aos argelinos um troféu que não levantavam desde 1990, na altura numa decisão com a Nigéria.
Já o Senegal continua sem vencer a CAN, tendo somado a segunda final perdida, depois de em 2002 ter sido derrotado pelos Camarões, no desempate por grandes penalidades.
Com este triunfo, a Argélia passa a contar com o mesmo número de troféus da Costa do marfim (dois), atrás de Nigéria (três), Gana (quatro), Camarões (cinco) e do recordista Egito (sete).
Mesmo privada do central Koulibaly, do Nápoles, nem por isso a formação senegalesa sentiu dificuldades de maior, tendo imposto claro domínio durante toda a partida, perante um adversário que praticamente só quis guardar a vantagem alcançada logo no arranque.
O remate de Baghdad Bounedjah desviou em Salif Sané e ‘traiu’ completamente o guardião Alfred Gomis, que não teve qualquer possibilidade de travar o rumo que a bola levou.
A partir desse momento, a Argélia, com Slimani e Brahimi no banco, entregou a iniciativa ao Senegal, baixou linhas e procurou explorar saídas rápidas por Mahrez e Belaili, algo que poucas vezes conseguiu.
Num jogo em que se registaram 50 faltas, 32 das quais da autoria dos argelinos, a primeira parte bem que poderia ser ‘apagada’ da memória dos adeptos – com óbvia exceção dos argelinos – tal foi a ausência de qualidade manifestada pelas duas equipas.
De tal forma, que a resposta do Senegal ao golo sofrido só surgiu aos 38 minutos, quando Niang ficou perto do empate e de um grande golo, não fosse a ‘mira’ estar desafinada por meros centímetros.
No segundo tempo, a formação orientada por Aliou Cissé entrou determinada a diminuir os ‘estragos’ e, mais uma vez, Niang colocou-se em boa posição, mas falhou o alvo, quando já tinha ultrapassado M’Boulhi.
O guardião argelino estaria em evidência, pouco depois, com uma intervenção vistosa, mas igualmente eficaz, a remate de Sabaly.
Com o passar do tempo, a Argélia remeteu-se ainda mais para junto da sua área, tentando fechar as ‘rotas’ senegalesas para o empate. Ainda assim, beneficiou também da fraca pontaria dos oponentes, algo que Sarr fez questão de provar, já na fase final, com um remate fora do alvo.
A esperança do Senegal ficou, então, depositada num livre de Salif Sané, aos 90+5 minutos, mas, tal como o remate do jogador do Schalke 04, também o desejo senegalês ‘esbarrou’ na barreira, dando início à festa argelina no Estádio Nacional do Cairo.
Jogo realizado no Estádio Nacional, no Cairo.
Senegal - Argélia, 0-1.
Ao intervalo: 0-1.
Marcadores:
0-1, Bounedjah, 02 minutos.
Equipas:
- Senegal: Gomis, Gassama, Kouyaté, Salif Sané, Sabaly, Badou Ndiaye (Diatta, 59), Gueye, Saivet (Diagne, 75), Sarr, Sadio Mané e Niang (Keita Baldé, 85).
(Suplentes: Diallo, Mendy, Wagué, Pape Cissé, Saliou Ciss, Alfred N’Diaye, Thioub, Konaté, Keita Baldé, Diagne e Diatta.).
Selecionador: Aliou Cissé.
- Argélia: M’Bolhi, Zeffane, Mandi, Benlamri, Bensebaini, Guédioura, Féghouli (Tahrat, 85), Bennacer, Mahrez, Belaili (Brahimi, 84) e Bounedjah (Slimani, 89).
(Suplentes: Doukha, Oukidja, Atal, Tahrat, Halliche, Boudaoui, Abeid, Farès, Ounas, Slimani, Delort e Brahimi.).
Selecionador: Djamel Belmadi.
Árbitro: Alioum Alioum (Camarões).
Ação disciplinar: cartão amarelo para Bensebaini (33), Belaili (54), Gueye (79), Gassama (80), Mandi (90+2) e Guédioura (90+4).