O Anderlecht decidiu congelar os pagamentos feitos a intermediários e agentes de jogadores do clube. A medida surge na sequência do escândalo de corrupção que afeta o futebol belga.
"A fim de proteger os interesses do clube, a administração [do Anderlecht] bloqueia todos os pagamentos a intermediários até o final da investigação", informou o clube belga através de um e-mail enviado esta semana aos representantes dos jogadores e reproduzido pelo diário "La Dérniere Heure".
A medida afeta não somente os representantes suspeitos de envolvimento no escândalo de fraude, manipulação de resultados e lavagem de dinheiro que assolou o futebol belga, mas também todos aqueles que têm vínculos com o clube. De acordo com o jornal belga, a maioria dos afetados não gostou da notícia e alguns estarão mesmo a considerar levar o caso para os tribunais a fim de exigir o pagamento das respetivas taxas. Um assunto que promete ainda dar que falar.
O presidente do Anderlecht, Marc Coucke, e também presidente da liga belga, a Liga Pro, pretende com esta medida dotar o clube de Bruxelas de um "sistema mais transparente no que se refere ao relacionamento com os representantes dos jogadores de futebol".
O caso que abalou o futebol belga
No início de outubro, um total de 19 pessoas foram constituídas arguidas e nove delas presas, na sequência de uma operação de combate à fraude e corrupção no futebol belga. São acusadas de associação criminosa, corrupção e branqueamento de capitais. Entre os nove detidos estão três empresários de futebol, incluindo o antigo presidente do Charleroi, Mogi Bayat, relacionado com transferências fraudulentas entre clubes belgas. Ao todo estão envolvidos nove clubes do país, entre eles Anderlecht, Standard Liège, KV Mechelen e Charleroi SC.
O director do Mechelen Thierry Steemans, o antigo advogado do Anderlecht Laurent Denis e o árbitro Bart Vertenten também foram detidos pelo envolvimento no escândalo, que envolve ainda dois jogos de março deste ano, no qual o Malines terá tentado manipular o resultado através do árbitro, Sébastien Delferière, para conseguir manter-se na primeira divisão. Delferière é acusado de corrupção e foi suspenso pela Federação Belga, tal como Bart Vertenten.