Em entrevista ao canal 11, Fernando Santos revelou que Gedson Fernandes, médio que está emprestado pelo Benfica ao Galatasaray, foi um dos jogadores que mais o “impressionaram”, quando deu nas vistas no clube da Luz e acabou por ser convocado para a equipa das quinas.
“Há um jogador que eu sempre achei que iria ser um dos futuros da seleção. Gedson é dos jogadores que mais me impressionaram, quando chegou aqui, nos primeiros jogos que fez na seleção, na Liga das Nações. Achei que iria ser um jogador que, com alguma regularidade, iria ser chamado à seleção”, revelou o selecionador nacional, numa altura em que explicava os fatores que determinam as suas escolhas.
No caso de Gedson, o facto de ter perdido a titularidade no Benfica, o empréstimo ao Tottenham, onde praticamente não jogou, e uma nova cedência ao Galatasaray “estagnaram a carreira” do jovem jogador.
“De repente, Gedson desapareceu. Não desapareceu do radar, mas deixou de jogar. Deixou de jogar e a carreira dele estagnou um pouco. Não teve a evolução que se esperava. Estes jogadores não saem do radar. Há vários jogadores que estão no radar da seleção, em quase todas as posições”, salientou Fernando Santos.
Fernando Santos explica que o número de observações que faz fica cada vez mais reduzido, à medida que as competições se aproximam. “Quando estou a afunilar, nas últimas duas semanas, já estou a observar 32, 33, para definir quem são os 25. O patamar de qualidade entre eles é muito semelhante. O detalhe é que faz a diferença”, refere.
Sem citar nomes, Fernando Santos revela que “há vários jogadores que estão nesse radar da seleção e que, se calhar, nunca vão lá chegar”.
“Quando vamos ver os jogos, muitas vezes acontece o seguinte: vamos analisar determinado jogador e aparece outro a dar nas vistas. E concluímos que temos de estar atentos”, salienta ainda o selecionador.
De um lote de “60, 70” futebolistas que estão a ser seguidos, alguns nem sabem que Fernando Santos está atento aos seus desempenhos. “Há jogadores que eu já ando a seguir há dois, três anos, mas que nunca foram convocados. E eles nem sabem que eu os ando a seguir”, disse ainda.
O selecionador nacional salienta que a fronteira entre ser chamado e não ser é muito ténue. E dá um exemplo. “Tem que ver com o momento. Há jogadores que estão quase a chegar à seleção, mas aparece outro a dar nas vistas... Por exemplo, o Jota. Gonçalo Guedes não estava muito bem, eu precisava de um jogador rápido, o Jota estava bem no Wolverhampton e entrou. Outro jogador que estava perto não chegou lá”, exemplifica.
Relativamente a Gedson Fernandes, viu o seu processo de evolução travado desde que deixou o Benfica. O médio, lançado por Rui Vitória na principal equipa encarnada, acabou por sair no início da época, depois da chegada de Jorge Jesus e numa altura em que já não era aposta de Bruno Lage, depois da chegada de Weigl, que fez dupla com Gabriel, na maioria dos jogos.
Outro jovem encarnado que saiu ‘prejudicado’ com a contratação do alemão foi Florentino, também cedido e com um travão no processo de evolução da carreira.