O triunfo de Portugal frente à Rússia, por 1-0, e a exibição de Cristiano Ronaldo, que apontou o golo do triunfo português no jogo da segunda jornada do Grupo A da Taça das Confederações, convenceram grande parte da imprensa internacional. O “domínio” da Seleção Nacional, sobretudo na primeira parte, onde alguns viram um “monólogo”, só foi travado pela exibição de Akinfeev, com as defesas do guardião russo a também serem destacadas pelo mundo fora. Mas, acima de tudo isso, esteve Ronaldo, que é apelidado de “Spartacus” na imprensa russa.

No “Sport Express”, um dos principais jornais desportivos russos, o título da crónica não poderia ser mais simples: “Ronaldo marcou, Rússia perdeu”. O jornal procura encontrar o “culpado” pela derrota russa, destacando a ideia de que “Ronaldo não pode saltar mais alto”, em alusão ao golo apontado pelo craque português, a quem o mesmo meio apelida de “Spartacus”. Ainda assim, há um jogador russo a salvo das críticas e das culpas pelo desaire da seleção anfitriã: “Akinfeev não merecia a derrota”.

Nos principais jornais desportivos europeus também é passada a ideia do “domínio” português. Exemplo disso é o francês “L’Èquipe”, que considera que as falhas demonstradas frente ao México, na jornada inaugural, já não se viram e Portugal partiu para uma “exibição sólida”. “Os espaços concedidos à equipa portuguesa resultaram em contra-ataques perigosos, travados apenas pela exibição de Akinfeev”, pode ler-se. Com o triunfo, Portugal coloca-se em lugar privilegiado na liderança do Grupo A, com o jornal gaulês a frisar ainda que a Rússia fica à beira da eliminação.

Já em Itália, a “Gazzetta dello Sport” refere que Ronaldo “deixou marca” no triunfo português, sublinhando ainda que a Rússia mostrou “pouco”. Os elogios à exibição do craque português não se ficam por aí. O diário italiano frisa que “Ronaldo joga, faz jogar e decide jogos”. “Muitas vezes vai buscar a bola ao meio-campo e, depois, surge na área a finalizar”, pode ler-se. O diário transalpino observou ainda de perto a estreia a titular de André Silva nesta competição, referindo que a exibição do reforço do Milan não foi tão “esmagadora quanto se esperava”, mas que contou com bons pormenores, sobretudo no entendimento com Ronaldo no ataque.

O “The Guardian” também se rende ao golo decisivo de Ronaldo, referindo que “Portugal só não ganhou por números mais expressivos graças à exibição de Akinfeev”. Ronaldo e André Silva que o digam… Tal como em outros meios europeus, o jornal britânico também insiste na “pobre” primeira parte dos russos, adiantando que a reação no segundo tempo foi insuficiente para conseguir algo do jogo.

O portal brasileiro “Fox Sports” analisa a partida portuguesa, escrevendo que “logo no início da partida, parecia que seria um jogo de muitos golos, com uma fácil vitória dos portugueses”, por culpa do golo madrugador de Ronaldo. No entanto, “as equipas equilibraram-se em campo, criando poucas oportunidades no decorrer do encontro”.

O triunfo luso é ainda visto na Austrália, com o “ABC” a referir que Ronaldo “estragou a centésima internacionalização de Akinfeev”, acrescentando também que a exibição do guardião russo “impediu Portugal de aumentar o marcador”. No entanto, frisam que na parte final do jogo a Rússia teve “duas boas oportunidades” para empatar, que acabou por desperdiçar.

Um "monólogo" na primeira parte

Por fim, olhar atento sobre os jornais espanhóis, onde a “Marca” destaca “mais uma reposta de Ronaldo em campo”, salientando o facto de a estrela madeirense ter marcado por Portugal em todas as fases finais das competições de seleções em que marcou presença. Até na Catalunha a exibição de Ronaldo merece destaque, com o “Mundo Deportivo” a garantir que o avançado português “não defraudou as expectativas”, lembrando que foi nomeado o homem do jogo pela segunda partida consecutiva.

No entanto, os elogios do diário desportivo catalão também se estendem a André Gomes. Para este meio, o médio do FC Barcelona “brilhou” no triunfo português. Para além da “boa partida” de Gomes, “como já havia feito com o México”, o Mundo Deportivo viu ainda a “entrada de Bernardo Silva” no onze português como “chave” para o sucesso, sublinhando“as boas combinações com Cédric e Ronaldo”. As alterações de Fernando Santos no onze inicial não passaram em claro no país vizinho.

O diário catalão acredita ainda que o triunfo de Portugal significa “um passo praticamente definitivo rumo às meias-finais”, depois de uma primeira parte classificada como um “monólogo”, tal a superioridade lusa. “Mesmo depois de ter deixado baixar o nível exibicional na segunda parte”, o golo de Ronaldo acabou por valer o triunfo.