Pinto da Costa, ainda em vida, já preparou o funeral que quer ter e já deu conta das pessoas que não quer nas cerimónias fúnebres. As revelações aparecem no livro “Azul até ao fim” que o ex-presidente do FC Porto publica neste ano. Entre os ex-jogadores do FC Porto que Pinto da Costa não quer presentes no funeral está Maniche. E o ex-internacional já garantiu que vai fazer a vontade a Pinto da Costa.
De resto, Maniche aconselhou a leitura de um poema de Mário de Sá-Carneiro intitulado de "Fim". Nele, o autor faz referências a um caixão carregado por um burro na etapa final. E Maniche diz que vai cumprir o que Pinto da Costa quer e não irá ao funeral daquele que é um dos presidentes mais titulados do mundo.
Maniche responde a Pinto da Costa
"Sou parte mencionada no livro, como sendo um traidor", começou por dizer Maniche, dizendo que "então, 90 por cento dos portistas são", visto que acreditaram na candidatura de André Villas-Boas e confiaram-lhe o voto.
Maniche disse que o projeto do atual presidente portista apresentou-se como "mais credível, mais transparente, sem vícios". "Por isso, somos postos de parte com essas declarações", comentou Maniche, que falava na CNN Portugal.
E foi em seguida que deu de conselho a leitura do poema de Mário de Sá-Carneiro. "Mas aproveito para aconselhar toda a gente a ler o poema 'Fim', do nosso grande querido poeta Mário de Sá-Carneiro. Em que [ele] termina dizendo: 'A um morto nada se recusa'", citou Maniche.
"'Eu quero por força ir de burro'. Faço a vontade [de não ir ao funeral de Pinto da Costa]", acrescentou o antigo camisola 18 do FC Porto que, entre outros troféus, ajudou os portistas a vencerem a Taça UEFA, a Liga dos Campeões e a Taça Intercontinental.
Ao falar do livro de Pinto da Costa e das revelações já tornadas públicas, Maniche não se mostra incomodado. "Não me choca, mas o livro não é só sobre os que vão e não vão, também está cheio de incongruências", disse, realçando que espera que lhe seja oferecido um exemplar.
"Ainda não comprei. Estou à espera que me ofereçam no aniversário, dia 11 de novembro, ou então no Natal. Acima de tudo com uma dedicatória, agradecendo o facto de ter participado com títulos nacionais, Taça de Portugal, Supertaça, Taça UEFA, Champions, Intercontinental", sublinhou Maniche.
"A grandeza das pessoas não se vê quando se ganha. Fico por aqui"
"Gostaria de ficar com a recordação. Mas espero que o ex-presidente dure muitos mais anos, para nos divertir com estas situações fantásticas", salientou ainda o antigo internacional, deixando um remate final.
"A grandeza das pessoas não se vê quando se ganha. Vê-se nas derrotas. Fico por aqui", concluiu o antigo médio do FC Porto, que foi uma das estrelas do clube no início do século.
