Depois de um arranque de época muito promissor, sob a batuta de Vítor Bruno, o FC Porto caiu de forma surpreendente diante do Bodø/Glimt, no Aspmyra Stadion, na Noruega.

Na primeira ronda da Liga Europa, a derrota por 3-1 deixou à vista algumas fragilidades defensivas que os adeptos portistas não esperariam, sobretudo depois da contratação do defesa-central argentino Nehuén Pérez.

Otávio já tinha comprometido em alguns jogos e Vítor Bruno fez mudanças no eixo central. Mas mesmo assim o FC Porto deixou escapar uma ótima oportunidade de vencer, até porque jogou quase toda a segunda parte com 10 elementos.

Ora, Otávio é precisamente o ponto de partida da análise de Nuno Encarnação, que vislumbrou os mesmos sinais de insegurança. Até porque Zé Pedro, que fez dupla com Nehuén Pérez neste jogo europeu, não esteve melhor do que o central brasileiro.

“Zé Pedro ‘Otaviou-se’ e não teve rins perante os rápidos contra-ataques dos vikings adversários”, considerou Nuno Encarnação, sublinhando ainda que Iván Jaime, João Mário e Gonçalo Borges “estiveram ausentes de uma exigência que lhes era devida”.

Em defesa do treinador Vítor Bruno, o conhecido associado portista lembrou que o técnico optou por um discurso “mais prudente” e recusou assumir a candidatura ao triunfo na Liga Europa, ‘pedida nas entrelinhas’ pelo presidente do FC Porto, André Villas-Boas, antes deste encontro na Noruega.

“Vítor Bruno colocou água na fervura ao afirmar que seria um erro muito grande pensar ‘à la longe’ e esquecer-se [do jogo com o Bodø/Glimt]. E tinha razão”, apontou.

“Vítor Bruno esteve bem na rotação da equipa”

Ainda assim, a maioria do universo portista tem responsabilizado o técnico Vítor Bruno pelo desaire. Em particular, o treinador portista é criticado por deixar no banco Varela, Galeno e Pepê e dar a titularidade a elementos como Grujic, Gonçalo Borges e Eustáquio numa partida tão importante para as ambições azuis e brancas.

“A rotação que Vítor Bruno fez na equipa, do meio campo para a frente (e eu nesse ponto acho que fez bem), ditou o resultado e provou que há jogadores que não têm (ainda) dimensão para uma Europa tão grande”, insistiu Nuno Encarnação, no comentário que assina no jornal Record.

Ainda na análise à exibição do FC Porto na Noruega, Nuno Encarnação elogiou os desempenhos de Samu, Gül, Rodrigo Mora e Diogo Costa. Mas deixou o aviso: “Este plantel jovem não aguentou uma carga europeia tão pesada. Convém aprender com o que aconteceu”.