O diretor executivo da UEFA para a arbitragem, Roberto Rosetti, afirmou hoje que o desempenho dos árbitros no Euro2020 foi um “verdadeiro sucesso”, mesmo reconhecendo “margem para melhorar” em situações de dúvida.
A competição recém-terminada, com a vitória da Itália, teve menos faltas do que o Euro2016 – número desceu de 25,3 para 21,8 por jogo -, mais tempo útil de jogo – subiu de 65:30 minutos para 70:36 minutos, incluindo os prolongamentos em oito desafios – e menos cartões amarelos – diminuíram de 129 para 98 -, algo que agradou ao responsável.
Para Roberto Rosetti, esses dados mostram que, face aos anteriores Europeus, os jogadores e os treinadores “respeitaram mais os árbitros”, ajudando-os a tornar decisões “mais fiáveis e precisas” em termos técnicos e disciplinares, o que contribuiu para o êxito das várias equipas responsáveis por dirigirem as partidas.
“A arbitragem foi um verdadeiro sucesso no Euro2020. Vimos excelentes exibições no campo pelos árbitros e pelos árbitros assistentes. Vimos também um apoio correto por parte dos videoárbitros baseados em Nyon. Tivemos 51 jogos sem críticas [à arbitragem] ou com pouco espaço para críticas. Reuniram consensos e elogios como nunca vimos antes”, vincou.
Ao contrário dos amarelos, o número de cartões vermelhos dobrou face a 2016, subindo de três para seis, e o número total de penáltis subiu de 12 para 17, circunstâncias que se deveram ao uso do videoárbitro (VAR), esclareceu o diretor executivo da UEFA.
Roberto Rosetti adiantou que, entre 276 incidentes verificados no torneio, o sistema corrigiu 18 decisões originais – 10 diretamente e oito com revisão no relvado –, mostrando-se correto em todas as situações, nove das quais referentes a fora de jogo.
Questionado, porém, sobre o penálti assinalado contra a Dinamarca pelo árbitro holandês Danny Makkelie, após falta de Maehle sobre Sterling, que deu o 2-1 à Inglaterra e a passagem à final, o responsável esclareceu que a decisão original se manteve e transmitiu a comunicação entre árbitro principal e VAR, na qual se chegou à conclusão de que o lance foi bem assinalado.
Roberto Rosetti frisou que “há um toque” entre a perna direita do defesa dinamarquês e a perna direita do extremo inglês, embora tenha reconhecido que se pode “discutir a intensidade do contacto” e melhorar as decisões em certos casos.
“Há sempre espaço para melhorar. Sabemos que o futebol não é perfeito. À exceção das 18 correções, que foram perfeitas, poderemos discutir um par de situações em que as intervenções do VAR não foram perfeitas”, disse.
O responsável da UEFA avisou, contudo, que é preciso ter cuidado com o “escrutínio” ao pormenor de toda e qualquer situação, lembrando que o futebol está sujeito a “interpretações” e tem “áreas muito cinzentas”.
Entre os lances analisados pelo videoárbitro, 56% respeitaram a análises de golo, 27% a penáltis e 17% a lances de cartão vermelho.
O sistema realizou uma média de 0,35 intervenções por jogo, superando os registos da Liga dos Campeões e Liga Europa (0,28).