Modalidades
"Isto não é doping, é corrupção. Nenhum corredor deu positivo"
2022-08-02 14:50:00
"Tenho plena noção do desconforto que o executivo municipal de Gaia e Porto sentiram", diz diretor da Volta a Portugal

A Volta a Portugal está de regresso à estrada nesta semana e Joaquim Gomes, diretor da prova, espera que tudo possa decorrer dentro da normalidade. Numa altura em que o pelotão foi abalado com a suspensão da W52-FC Porto pela União Ciclista Internacional (UCI) por suspeitas de práticas de doping, o responsável pela competição nacional espera que tudo fique esclarecido e que a Grandiosa não seja afetada por mais polémicas. 

E será na aproximação ao Norte do país que os alarmes estarão mais ativos. Uma das etapas decorrerá entre Porto e Vila Nova de Gaia. E isso gera preocupação entre a organização da prova. "Tenho plena noção do desconforto que, quer o executivo municipal de Vila Nova de Gaia, quer o do Porto, sentiram em abril quando ocorreu a rusga", admite Joaquim Gomes, realçando, todavia, que os dois autarcas [Rui Moreira e Eduardo Vítor Rodrigues] e as respetivas autarquias têm estado com empenho absoluto em ajudar a organização da Volta a Portugal.

Em todo o caso, Joaquim Gomes destaca que compreende que não se trata de uma situação confortável, dado que a equipa da W52-FC Porto costuma gerar muito entusiasmo nas gentes de Vila Nova de Gaia e do Porto. Só que por decisão da UCI está sem licença para competir.

Questionado pelo jornal Record se teme algum tipo de retaliação azul e branca nas ruas da Invicta e de Vila Nova de Gaia, Joaquim Gomes sustenta que a organização está preparada para todos os cenários.

"A organização não teme, mas preocupa-se e julga que tem os meios necessários para se adaptar às circunstâncias por mais nefastas que elas sejam", avisou Joaquim Gomes, prometendo que quanto mais para o Norte a prova se deslocar, maiores serão as cautelas das autoridades e da segurança.

"Etapa a etapa com a aproximação ao Norte estaremos cada vez mais atentos", promete o diretor da Volta a Portugal em bicicleta, que comentou a suspensão da equipa da W52-FC Porto por parte da UCI.

"Isto não é doping, é corrupção. Nenhum corredor deu positivo", diz Joaquim Gomes, esperando que as autoridades possam perceber se se trata de "dopagem organizada ou se cada um vai responder por si".

Joaquim Gomes admite, em relação à decisão da UCI, que decidiu afastar a equipa portista, que as entidades nacionais não estavam a par das intenções do organismo máximo do ciclismo mundial.

"Já todos tínhamos feito algumas figuras tristes, por isso não íamos fazer mais uma se sabíamos de antemão o que a UCI iria fazer", justificou o responsável pela Volta a Portugal e um dos nomes maiores na história da modalidade no país.