Quem é Frederico Varandas, o capitão do Exército que é presidente do Sporting? Conheça o percurso de um médico que curou o clube leonino de uma terrível doença no futebol: quase duas décadas sem ganhar o título nacional.

A biografia de Frederico Varandas ganha ainda mais relevo quando sabemos que o líder leonino substituiu o mais polémico presidente do Sporting de sempre, Bruno de Carvalho.

Aliás, é impossível não recordar as trocas de acusações entre o presidente destituído e o seu sucessor. Afinal, Frederico Varandas era o diretor clínico do Sporting quando Bruno de Carvalho ganhou as eleições, em 2013.

Uma relação que azedou até ao fatídico dia 15 de maio de 2018, data do infame ataque a Alcochete. Cerca de 40 adeptos, encapuzados, invadem a Academia e agridem vários jogadores e treinadores, incluindo o técnico Jorge Jesus.

Dias depois, Frederico Varandas demite-se da direção clínica do Sporting. Com críticas a Bruno de Carvalho, o médico anuncia a candidatura à liderança dos leões, ocupada então por Bruno de Carvalho.

Recorde como tudo aconteceu.

Frederico Varandas: Biografia do capitão sem medo

Em 2011, o professor José Gomes Pereira deixou de ser o diretor clínico do Sporting, após mais de uma década no clube. A vaga foi ocupada pelo médico da equipa de juniores, um tal de Frederico Varandas.

Quem? Frederico Varandas, um sócio leonino desde a infância. Nascido em Lisboa a 19 de setembro de 1979, Frederico Varandas entrou no mundo do futebol em 2007, como médico no Vitória de Setúbal. Dois anos mais tarde, era já diretor clínico dos sadinos.

Por essa altura, Frederico Varandas já apresentava credenciais pouco comuns. Licenciado em Medicina e graduado em Medicina Militar, chegou a capitão do Exército. Aliás, foi um dos tenentes da companhia de comandos destacada para a ‘Quick Reaction Force’ da NATO, uma força internacional que auxiliou o Afeganistão na luta contra os talibãs.

Ou seja, depois de lutar contra terroristas islâmicos, Frederico Varandas chega ao futebol profissional português.

Frederico Varandas, médico do Sporting

A temporada leonina de 2010/11 foi péssima. O Sporting terminou o campeonato a 36 pontos do FC Porto de André Villas-Boas, o ex-treinador que enfrenta o histórico presidente Pinto da Costa nas urnas.

Mas esta é a biografia do ex-médico do Sporting que enfrentou um histórico presidente nas urnas, por isso continuemos com Frederico Varandas. Portanto, estamos no verão de 2011 e o Sporting termina no terceiro lugar, meses depois de ter elegido um novo presidente: Godinho Lopes.

Mas a crise no Sporting não era só desportiva. Em 2011, também o diretor clínico José Gomes Pereira deixa Alvalade, que não festeja o título nacional desde 2002. Assim, o médico da equipa de juniores é promovido. Uma nova etapa para o capitão do Exército Frederico Varandas, agora o diretor clínico do Sporting. 

Sporting em convulsão: O ataque a Alcochete

Frederico Varandas era o médico de um Sporting em crise. Dois anos depois, Godinho Lopes saiu e os leões elegeram um novo presidente: Bruno de Carvalho. Um dirigente que ficaria na história do clube pelos piores motivos, sendo até hoje o único presidente destituído.

A época de 2017/18 prometia. Na viragem do ano, o Sporting liderava o campeonato. Só que o presidente Bruno de Carvalho impôs uma alteração dos estatutos e um regulamento disciplinar, o que provocou uma guerra civil em Alvalade.

A equipa leonina ressentiu-se e perdeu com SC Braga, numa derrota que retirou o Sporting das contas do título, e logo de seguida com o Atlético de Madrid. Bruno de Carvalho criticou publicamente os jogadores, que reagiram através de uma mensagem do capitão de equipa, Rui Patrício.

A revolução de maio

A crise tornou-se ainda mais aguda em maio de 2018. Recorde:

• O Sporting empata com o Benfica, com quem disputava o segundo lugar (e acesso à Liga dos Campeões), e o presidente volta a criticar publicamente os jogadores, em entrevista ao Expresso;

• No dia seguinte a essa entrevista, o Sporting perde com o Marítimo e alguns adeptos contestam a equipa no aeroporto;

• Rebenta o Cashball, com o diretor do futebol do Sporting, André Geraldes, e outro funcionário do clube a serem constituídos arguidos por suspeitas de corrupção;

• A equipa do Sporting é atacada em Alcochete por adeptos encapuzados, com jogadores e técnicos a serem agredidos. 

15 de maio de 2018: O ataque a Alcochete

O ataque a Alcochete aconteceu em 15 de maio de 2018. Cerca de 40 adeptos, encapuzados, invadem a Academia quando o Sporting se preparava para o primeiro treino da semana.

Vários jogadores e treinadores, incluindo Jorge Jesus, Rui Patrício, Bruno Fernandes, Bas Dost, William, Acuña, Battaglia, Misic, Rúben Ribeiro e Freddy Montero. Tudo isto dias antes do Sporting jogar a final da Taça de Portugal.

Que importância tem o ataque a Alcochete para a biografia de Frederico Varandas? Pois bem, esse incidente foi o culminar do conflito entre o então diretor clínico e o então presidente do Sporting, Bruno de Carvalho.

Logo após a final da Taça de Portugal, que o Sporting perdeu para o Aves, Frederico Varandas demite-se e anuncia a candidatura à presidência do Sporting.

Sporting vs Sporting

Varandas anunciou a candidatura, mas na verdade não havia eleições no horizonte. Bruno de Carvalho resistia e rejeitava eleições antecipadas. E chegou a vez do líder leonino entrar em conflito com o então presidente da mesa da Assembleia Geral, Jaime Marta Soares.

Aconteceu então uma situação inédita no futebol profissional português. O mesmo clube, o Sporting, tinha dois corpos gerentes distintos.

• De um lado, a Direção de Bruno de Carvalho, que tinha sido reeleita em 2017;

• Do outro, a Comissão de Gestão presidida por Artur Torres Pereira.

A crise do Sporting chegou aos tribunais, que deram razão a Jaime Marta Soares e viabilizaram a Assembleia Geral de 23 de junho. Nesse dia, 71,36 por cento dos sócios do Sporting votaram a destituição de Bruno de Carvalho.

Frederico Varandas, de médico a presidente do Sporting

O capítulo mais negro da esforçada, dedicada, devotada e gloriosa história do Sporting aproximava-se então do fim. A comissão de gestão (CG) liderada pelo antigo presidente Sousa Cintra marcou eleições para 9 de setembro de 2018.

Foi um dos atos eleitorais mais concorridos, com seis listas candidatas:

• Lista A, com João Benedito;

• Lista B, com José Maria Ricciardi;

• Lista D, com Frederico Varandas;

• Lista E, com Rui Jorge Rego;

• Lista F, com Dias Ferreira;

• Lista G, com Tavares Pereira.

Frederico Varandas venceu as eleições do Sporting com 42,32 por cento dos votos. Desta forma, o antigo médico tornou-se no novo presidente do Sporting.

Seria Frederico Varandas, o médico militar que sucedia ao mais polémico dirigente que Alvalade teve, capaz de curar um Sporting que não ganhava o título desde 2002? 

Sai José Peseiro, entra Marcel Keizer

Logo na primeira medida como presidente dos leões, Frederico Varandas surpreende com a dispensa de José Peseiro, que tinha sido escolhido pela CG de Sousa Cintra, e a escolha de Marcel Keizer.

Quem? Exato. Nessa época, Marcel Keizer era um desconhecido no futebol português. O técnico holandês teve de rescindir com o Al-Jazira (Emirados Árabes Unidos) para rumar a Alvalade.

Frederico Varandas garantiu que Marcel Keizer não era “uma aposta de risco” e o tempo deu-lhe razão. O técnico holandês orientou o Sporting em apenas 42 jogos, mas em menos de um ano ganhou uma Taça de Portugal e uma Taça da Liga.

Porém, o Sporting continuava sem ganhar o campeonato. Como acontecia desde 2002, quando o presidente era Dias da Cunha. E pela liderança do clube tinham passado Soares Franco, José Eduardo Bettencourt, Godinho Lopes e o destituído Bruno de Carvalho.

Sem surpresa, a contestação a Frederico Varandas começou a aumentar.

Quanto custou Rúben Amorim ao Sporting?

Ainda por cima, o Sporting termina a I Liga 2019/20 no quarto lugar, atrás do SC Braga. A formação minhota apresentava-se como o rival mais direto dos leões em várias competições, pelo que começou a ser apelidada de ‘quarto grande’.

Com a garantia de que “o Sporting será sempre um gigante e o SC Braga jamais será um rival”, Frederico Varandas voltou a surpreender Alvalade, agora por causa de um negócio com os arsenalistas.

Em março de 2020, quando Sporting e SC Braga estavam num duelo intenso pelo terceiro lugar do campeonato, os leões decidem pagar a cláusula de rescisão do treinador da equipa minhota: Rúben Amorim.

O Transfermarkt informa que o Sporting pagou 10 milhões ao SC Braga por Rúben Amorim. Porém, esse negócio teve muita história a encher os noticiários da época. O Sporting falhou várias datas de pagamento e o SC Braga cobrou juros. Os clubes chegariam a um acordo em setembro de 2020, com a verba a subir para 12,1 milhões de euros. “Se há três anos paguei 10 milhões de euros, hoje pagaria 15”, disse Frederico Varandas em 2022, durante uma entrevista à RTP.

Capitão sem medo contra as claques

Ora, como é que um clube que não é campeão e não tem presença regular na Liga dos Campeões pode pagar 10 milhões de euros por um treinador? A escolha de Rúben Amorim foi um argumento de peso para os críticos de Frederico Varandas, como... as claques.

O conflito já vinha de trás. Em outubro de 2019, o presidente do Sporting mandou expulsar as claques Juventude Leonina e Diretivo Ultras XXI das instalações que ocupavam no Estádio José Alvalade.

A decisão foi vista como uma retaliação de Frederico Varandas, que as claques contestavam nos jogos do Sporting. Portanto, com a contratação do técnico Rúben Amorim por 10 milhões de euros, Frederico Varandas, o capitão do Exército que passou de médico a presidente do Sporting, estava a caminho de bater recordes de impopularidade.

Sporting em terapia e o título de 2021

E eis que esta biografia de Frederico Varandas chega a um novo capítulo. Qual o resultado da terapia de choque que o médico militar prescreveu ao Sporting? A guerra com as claques, o ‘bate-boca’ com o presidente do SC Braga e a dívida por Rúben Amorim iriam agravar o coma de um Sporting que continuava sem ser campeão desde 2002?

Na verdade, a história mostra que Frederico Varandas curou o Sporting. A aposta em Rúben Amorim foi um tratamento que valeu a conquista da I Liga 2020/21. Mais, foi um percurso imaculado, pois os leões não sofreram qualquer derrota nesse campeonato.

Frederico Varandas, o ex-diretor clínico que foi a votos para liderar o Sporting, calava os críticos com títulos. Além do campeonato, o Sporting conquistou ainda a Taça da Liga dessa época e uma Supertaça... muito especial para o presidente dos leões.

Títulos de Frederico Varandas

Como campeão nacional, o Sporting tinha de enfrentar o vencedor da Taça na final da Supertaça. E quem ganhou a Taça de Portugal em 2020/21? Se respondeu SC Braga, adivinhou.

Após meses com trocas de comunicados e acusações entre clubes, o Sporting (orientado por Rúben Amorim) ganhou ao SC Braga (com uma equipa que tinha sido criada por Amorim) na final da Supertaça, em Aveiro.

Presidente do Sporting desde setembro de 2018, Frederico Varandas chegava ao quinto título:

• Campeão nacional 2020/21;

• Taça de Portugal 2018/19;

• Taça da Liga 2018/19 e 2020/21;

• Supertaça 2021/22.

Na temporada 2021/22, de novo com Rúben Amorim como treinador, Frederico Varandas chegou ao sexto troféu no futebol profissional: mais uma Taça da Liga, agora após derrotar o Benfica na final.

Títulos do Sporting nas modalidades

Aos seis títulos no futebol profissional, o presidente Frederico Varandas soma vários troféus nas modalidades.

O grande destaque vai para o futsal, com a conquista de duas Ligas dos Campeões (2018/19 e 2020/21), e para o hóquei em patins, também com duas Ligas Europeias (2018/19 e 2020/21).

Ainda sobre o palmarés de Frederico Varandas como presidente do Sporting, é preciso lembrar os seis títulos alcançados no basquetebol. 

Relação de Frederico Varandas com Benfica: Da não agressão ao “nojo”

Pois bem, o sexto título de Varandas no futebol foi alcançado numa final com o Benfica. A propósito, como tem sido a relação do presidente do Benfica com o rival lisboeta?

Como todo o percurso do dirigente leonino, a relação de Sporting e Benfica tem sido turbulenta. Todavia, houve algumas aproximações. Por exemplo, Luís Filipe Vieira, quando era presidente do Benfica, confirmou a existência de um pacto de não agressão nas modalidades: nenhum podia contratar um atleta do outro clube.

Porém, Frederico Varandas referiu publicamente ter “nojo” do contexto do Benfica. Uma declaração proferida quando o clube da Luz e o seu presidente, Vieira, se viram envolvidos numa série de processos e situações suspeitas.

Numa das entrevistas mais duras, para a Sporting TV, em abril de 2023, Frederico Varandas disparou várias vezes na direção da Luz:

• “César Boaventura tentou corromper quatro jogadores de futebol, (mas) o principal beneficiário, no caso Vieira e a Benfica SAD, não estão a ser acusados”;

• “Paulo Gonçalves era um funcionário do Benfica. Como é que ninguém do Benfica sabia disto [caso e-Toupeira]?”;

• “A Benfica SAD vai ser acusada de evasão fiscal. É normal um clube ter um milhão de euros em ‘cash’?”

• “O vice-presidente do Conselho de Arbitragem vai a tribunal dizer que é normal que o Benfica lhe pague a estadia no hotel”;

• “É um nojo não diferente do Apito Dourado. É um nojo que a justiça não tem coragem de limpar”.

Varandas sobre Pinto da Costa: De “bandido” a “corruptor”

Se o presidente do Sporting foi contundente nas críticas ao Benfica e a Luís Filipe Vieira, que dizer das declarações de Frederico Varandas sobre Pinto da Costa? De “bandido” a “corruptor ativo”, os comentários do dirigente leonino sobre o presidente portista escalaram para níveis sem precedentes no futebol nacional.

O primeiro ataque foi desferido em janeiro de 2023. No rescaldo da derrota do Sporting para o FC Porto na final da Supertaça, Frederico Varandas começou por chamar “bandido” a Pinto da Costa.

“Num país de primeiro mundo Pinto da Costa não podia ser dirigente do que quer que fosse. Um bandido será sempre um bandido. Quando ele se retirar, ou for obrigado a retirar-se, prestará um grande serviço ao futebol português”, disparou Frederico Varandas.

A resposta de Pinto da Costa não tardou: “A invasão de Alcochete só teve um beneficiado, o atual presidente do Sporting. Ele tem que mostrar que está ativo, que é um defensor dos sócios, mas já ninguém vai nisso. No dia em que Frederico Varandas se dedicar à medicina, presta um grande serviço ao Sporting”.

Pinto da Costa processa Frederico Varandas

Ora, a temporada 2021/22 terminou com o FC Porto a sagrar-se campeão nacional, sucedendo ao Sporting. E é então que Frederico Varandas, depois do secretário de Estado da Juventude e do Desporto ter parabenizado os dragões, agravou a acusação a Pinto da Costa de “bandido” para “corruptor ativo”.

“Senhor secretário de Estado, não é preciso a justiça portuguesa dizer o que quer que seja para sabermos que o senhor Pinto da Costa é um corruptor ativo e alguém que deveria estar banido do dirigismo desportivo há décadas. Difícil é explicar como é que uma pessoa apanhada a dizer isto [as escutas ilegais do Apito Dourado] não é condenada”.

Desta feita, a reação de Pinto da Costa foi institucional. O dirigente e o FC Porto processaram Frederico Varandas por difamação. A sessão inicial do julgamento foi marcada para outubro de 2022, mas foi adiada porque o presidente do Sporting nunca foi notificado oficialmente sobre a data do processo.

VMOC’s: Perdão de dívida ao Sporting?

Continuando no lado de fora dos relvados, Frederico Varandas também conseguiu uma importante vitória no caso das VMOC’s. Na prática, dois bancos – Novobanco e BCP – perdoaram quase 100 milhões de euros em dívidas do Sporting.

VMOC é acrónimo para Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis (VMOC). Em linguagem simples, é parecido com um empréstimo bancário. A diferença é que, no final do período de financiamento, os bancos que compraram as VMOC leoninas acabariam por ficar como acionistas da SAD do Sporting.

Então, o que aconteceu no caso das VMOC’s do Sporting?

• O Sporting pagou 15,4 milhões de euros ao Novobanco por um financiamento de 51,4 milhões de euros;

• O Sporting pagou 23,3 milhões de euros ao BCP por um financiamento de 83,4 milhões de euros.

Ou seja, o Sporting devolveu 38,7 milhões de euros do total de 134,8 milhões de euros emprestados pelos dois bancos. Na prática, a SAD leonina conseguiu um perdão de dívida de 96,1 milhões de euros.

E o melhor de tudo neste caso da recompra das VMOC’s do Sporting? Nenhum dos bancos ficou acionista da SAD. Agora, o clube de Alvalade detém 88 por cento da SAD do Sporting.

Frederico Varandas, presidente do Sporting com toque de Midas?

Ainda em matéria financeira, numa biografia de Frederico Varandas é obrigatório realçar o seu ‘toque de Midas’ em matéria de transferências de jogadores.

Dois seis maiores negócios do Sporting, de acordo com as contas do Transfermarkt, cinco foram realizados durante a presidência de Frederico Varandas:

• Venda de Bruno Fernandes ao Manchester United: 65 milhões de euros;

• Venda de Manuel Ugarte ao PSG: 60 milhões;

• Venda de Matheus Nunes ao Wolverhampton: 45 milhões;

• Venda de Pedro Porro ao Tottenham: 40 milhões;

• Venda de Nuno Mendes ao PSG: 38 milhões de euros.

A exceção é a quarta mais transferência do Sporting, quando o Inter Milão pagou 44,78 milhões de euros por João Mário, na época 2016/17.

Ora, no atual plantel do Sporting, ainda treinado por Rúben Amorim, há muitos jogadores cobiçados. Assim, o próximo capítulo da biografia de Frederico Varandas pode incluir, por exemplo, uma venda milionária de Viktor Gyökeres, Gonçalo Inácio ou Ousmane Diomande.