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Pinto da Costa: Uma biografia dos títulos no FC Porto ao Apito Dourado
2024-04-29 15:55:00
Biografia de Pinto da Costa: As conquistas como presidente do FC Porto e as polémicas como o Apito Dourado

Pinto da Costa é sinónimo de títulos. Em 42 anos como presidente do FC Porto, o histórico dirigente somou mais de 2.500 títulos, incluindo sete troféus internacionais no futebol.

Quando se faz uma biografia do líder portista, é incontornável referir que Pinto da Costa é o presidente mais titulado do mundo. Porém, nenhuma biografia do dirigente máximo dos dragões pode passar ao lado do caso Apito Dourado.

Da final de Viena ao relacionamento com Carolina Salgado, das conquistas de Mourinho ao caso do túnel, do pentacampeonato à situação com André Villas-Boas, recorde os principais episódios da longa carreira do dirigente desportiva nesta biografia de Pinto da Costa. 

Foto: Porto Canal

Títulos de Pinto da Costa

No mundo desportivo, em particular no futebol, falar de Pinto da Costa é falar de títulos. São mais de 2.500, num total de 21 modalidades.

Tudo começou no hóquei em patins, um desporto muito acarinhado pelo dirigente portista. Aliás, Pinto da Costa entrou no FC Porto e no dirigismo desportivo como chefe de secção do hóquei em patins dos dragões.

Desses mais de 2.500 títulos que acumulou, o primeiro como presidente do FC Porto foi precisamente no hóquei em patins: a Taça das Taças de 1982, numa final europeia com o Sporting.

E, na temporada seguinte, o FC Porto revalidou esse título numa outra final com um clube português: o Benfica.

FC Porto campeão europeu

Porém, um título numa modalidade como o hóquei em patins não seria suficiente para justificar esta biografia. São precisas mais conquistas, mais troféus. E também mais casos e polémicas, mas já lá iremos.

Na verdade, Pinto da Costa começou a ganhar prestígio no plano internacional quando o FC Porto chegou à sua primeira final europeia no futebol.

Na época 1983/84, após eliminar o poderoso Aberdeen treinado por Alex Ferguson, o FC Porto garantiu a presença na final da Taça das Taças, que era então a segunda prova mais importante da UEFA.

Sem poder contar com o técnico José Maria Pedroto, com a saúde muito debilitada, o FC Porto perdeu com a Juventus (1-2). Mas Pinto da Costa não teria de esperar muito pela glória europeia.

Três anos depois, o FC Porto ganhava a final de Viena ao colosso Bayern Munique e conquistava a Taça dos Campeões Europeus. O presidente do novo campeão europeu? Pinto da Costa.

Foto: YouTube

Final de Viena 1987

Entre 1984 e 1987, Pinto da Costa juntou jogadores como Mlynarczyk, Quim, Juary, Paulo Futre e um tal de Rabah Madjer a uma equipa que já tinha João Pinto, Eduardo Luís, Jaime Magalhães, Frasco, Sousa e Fernando Gomes.

Sem Pedroto, o presidente do FC Porto promoveu Artur Jorge à liderança da equipa técnica. E o ‘Rei Artur’ recompensou essa aposta levando os dragões à final da Taça dos Campeões Europeus de 1986/87.

Em Viena, nas margens do Danúbio, o FC Porto defrontava o Bayern Munique de Lothar Matthaus, Rummenigge, Augenthaler e Andreas Brehme, entre muitas outras estrelas do futebol europeu e mundial.

O golo inaugural de Kogl não desanimou os dragões. A magia do calcanhar de Madjer garantiu o empate, pouco depois o argelino entregou a bola para Juary marcar o 2-1.

Terminado o jogo, o FC Porto de Pinto da Costa é campeão europeu. Pela primeira vez, como viria a revelar a história.

Já lá iremos, pois primeiro temos de recordar como Pinto da Costa chegou à presidência do FC Porto.

Pinto da Costa e José Maria Pedroto

Filho de José Alexandrino Teixeira da Costa e Maria Elisa Bessa de Lima Amorim Pinto, Pinto da Costa nasceu em Cedofeita, Porto, em 28 de dezembro de 1937.

Aos 19 anos, consegue emprego no Banco Português do Atlântico e depois ainda trabalha como vendedor de tintas em resinas.

Em 1962, entra no FC Porto como chefe de secção do hóquei em patins. Cinco anos mais tarde, passa a chefiar também a secção de boxe. É aí que conhece Reinaldo Teles, atleta que seria depois o ‘braço direito’ de Pinto da Costa.

Em 1971, Pinto da Costa recusa o convite para fazer parte das listas de Américo de Sá. Aceitaria integrar as listas em 1976, quando passou a ser diretor do futebol portista.

E é como diretor do futebol que Pinto da Costa consegue a sua primeira grande vitória no dirigismo. O dirigente assegura o regresso de José Maria Pedroto, o treinador que levou o FC Porto a quebrar o jejum de 19 anos sem ser campeão nacional, com o título de 1977/78.

Dois anos volvidos, Pinto da Costa e Pedroto deixam o FC Porto.

Pinto da Costa eleito em 1982

Pinto da Costa regressaria ao FC Porto em 1982. E, de novo, trouxe com ele o treinador José Maria Pedroto.

Em 1982, Jorge Nuno Pinto da Costa encabeça a lista única e ganha as eleições do FC Porto. É o seu primeiro de 15 mandatos seguidos como presidente.

Nesse mesmo ano, Pinto da Costa consegue o primeiro título como dirigente máximo dos azuis e brancos. O hóquei em patins, implementado em 1955 e que não tinha ganho qualquer título, conquista a Taça das Taças numa final europeia com o Sporting. 

Supertaça Europeia de 1987

À glória europeia no hóquei em patins seguiu-se a afirmação internacional do FC Porto no futebol, com a final perdida da Taça das Taças em 1984 e a vitória na Taça dos Campeões Europeus em 1987.

Sempre com Pinto da Costa como presidente, o FC Porto campeão europeu seguiu para outra final europeia: a Supertaça. Uma final a duas mãos com o poderoso Ajax orientado por Johan Cruyff.

Um golo de Rui Barros em Amesterdão e um de Sousa nas Antas valeram ao FC Porto o segundo título na Europa.

Mas faltava ainda um troféu mundial ao presidente Pinto da Costa.

Intercontinental ou Mundial?

Como campeão europeu, o FC Porto qualificou-se para a Taça Intercontinental, onde iria defrontar o campeão sul-americano.

A Intercontinental era uma competição reconhecida pela FIFA, mas organizada por UEFA e CONMEBOl. Anos mais tarde, a FIFA passaria a organizar a prova, dando-lhe um novo modelo e uma nova designação: Campeonato Mundial de Clubes.

Portanto, à data o vencedor da Taça Intercontinental era considerado o campeão mundial. Isto significa que, em 1987, o FC Porto tinha uma ocasião única para se afirmar a um nível planetário.

E assim fizeram os dragões. Na neve de Tóquio, no Japão, os azuis e brancos derrotaram o Peñarol de Montevideu, orientado pelo lendário treinador uruguaio Óscar Tabárez.

O FC Porto era campeão mundial, pela primeira vez na sua história. E voltaria a sê-lo anos mais tarde, sempre com Pinto da Costa como presidente.

FC Porto, o único pentacampeão

O FC Porto de 1987 entrou assim para a história do futebol mundial. Quanto ao futebol nacional, um novo capítulo dourado foi escrito na segunda metade da década de 90.

Ao vencer consecutivamente entre as épocas de 1994/95 e 1998/99, o FC Porto conseguiu o pentacampeonato. Um feito inédito, superando o histórico tetra do Sporting (que o Benfica também conseguiria posteriormente).

Pinto da Costa viu o técnico Bobby Robson conseguir os primeiros dois campeonatos, António Oliveira trouxe mais dois e coube a Fernando Santos ser ‘o engenheiro do penta’, liderando os azuis e brancos na conquista do quinto campeonato seguido.

Pinto da Costa aposta em José Mourinho

Porém, Fernando Santos falhou a conquista do ‘hexa’. Pinto da Costa foi buscar Octávio Machado, adjunto de Artur Jorge e Ivic nas conquistas internacionais de 1987.

Porém, o palmelão entrou em conflito com a SAD portista. O técnico saiu a meio da temporada e Pinto da Costa surpreendeu na escolha do sucessor, optando por um jovem treinador que estava na União de Leiria após ter liderado o Benfica em dez jogos: José Mourinho.

“Para o ano vamos ser campeões”, prometeu Mourinho quando foi apresentado como treinador dos dragões. O antigo adjunto de Bobby Robson cumpriu, e mais: juntou dois títulos internacionais ao já recheado palmarés do FC Porto de Pinto da Costa. 

Foto: Porto Canal

Taça UEFA 2003

Seguiram-se duas épocas de glória europeia para o FC Porto. Primeiro, a conquista da Taça UEFA (prova que corresponde à atual Liga Europa), em 2003.

Numa final épica, em Sevilha, Pinto da Costa viu Derlei abrir o marcador e o Celtic a empatar. Depois, viu Alenichev dar nova vantagem aos azuis e brancos, mas de novo os escoceses empataram.

O 3-2 surgiu apenas a cinco minutos do fim do prolongamento. Então, a transmissão televisiva mostrou Mourinho a festejar de joelhos no relvado e Pinto da Costa emocionado na tribuna.

FC Porto campeão europeu outra vez

Na temporada seguinte, já todos conheciam o FC Porto de Mourinho e Pinto da Costa. Mesmo assim, foi com surpresa que os azuis e brancos chegaram de novo à final da principal prova europeia de clubes, já então denominada Liga dos Campeões.

Em Gelsenkirchen, o FC Porto bateu de forma convincente o Mónaco orientado por Deschamps, ‘apenas’ um dos raros campeões mundiais como jogador (França 1998) e treinador (Rússia 2018).

No verão de 2004, Mourinho saiu para o Chelsea, Pinto da Costa continuou como sempre: presidente do FC Porto.

Mais uma Intercontinental e Fernández despedido

Em mais de quatro décadas como dirigente máximo dos azuis e brancos, Pinto da Costa escolheu vários treinadores. Porém, poucos ficaram na história como Víctor Fernández.

Pinto da Costa garantiu, num fórum em 2022, que Víctor Fernández foi “o único treinador” que despediu. O curioso é que o técnico espanhol levou o FC Porto a conquistar pela segunda vez a Taça Intercontinental.

Como campeão europeu de 2004, o FC Porto regressou ao Japão para disputar a Taça Intercontinental. Seria a última edição da prova como duelo entre os campeões da Europa e da América do Sul, pois no ano seguinte a FIFA assumiu a organização do torneio e aplicou um novo modelo.

Com Víctor Fernández no banco, o FC Porto derrotou o Once Caldas nos penáltis. Porém, os resultados a nível nacional não apareciam. E a tensão no balneário portista era crescente. Em fevereiro de 2005, o chicole estalou.

Em várias intervenções, Pinto da Costa justificou o despedimento de Víctor Fernández: Num jogo com o SC Braga, o técnico colocou em campo três jogadores que estariam sob a alçada disciplinar do clube, por alegada ‘noitada’ em Vigo.

Pinto da Costa e Apito Dourado

Nesses anos de glória desportiva de 2004 e 2005, surgiu também a maior mancha sobre Pinto da Costa: o alegado envolvimento no caso Apito Dourado.

O Apito Dourado foi um processo de corrupção e tráfico de influências no futebol profissional português, com diversos resultados nos tribunais desportivos e na justiça civil.

De acordo com alegadas escutas da Polícia Judiciária, Pinto da Costa era suspeito de comprar árbitros com ‘fruta’ (um nome de código para prostitutas). Só que as escutas não foram admitidas pelos tribunais, sendo apenas usadas pela Comissão Disciplinar (CD) da Liga de clubes.

Em dezembro de 2006, o Departamento de Investigação e Ação Penal do Porto arquivou o então chamado ‘Caso da Fruta’. O processo Apito Dourado prosseguiu com arguidos como Valentim Loureiro e Pinto de Sousa, que seriam condenados pelo Tribunal de Gondomar e, em sede de recurso, pela Relação do Porto.

Na justiça desportiva, Pinto da Costa recorreu dos castigos da CD, depois do Tribunal Administrativo de Lisboa ter invalidado as escutas. A decisão da CD seria então anulada pelo Conselho de Justiça da FPF.

Na prática, Pinto da Costa nunca foi formalmente acusado pela justiça, mas somente pela CD da Liga. No entanto, o processo Apito Dourado abalou para sempre o prestígio do dirigente desportivo mais titulado do mundo. 

Vitória no Apito Final

Num processo paralelo, intitulado Apito Final, Pinto da Costa foi condenado pela CD a dois anos de suspensão, com o FC Porto penalizado com a perda de seis pontos.

Como esse castigo foi oficializado em 2008, numa época em que o FC Porto foi campeão com 20 pontos de vantagem, o clube não recorreu.

Esse recurso seria feito depois e daria a Pinto da Costa uma nova vitória, de novo sobre a Comissão Disciplinar da Liga.

Em 2017, o Conselho de Justiça da Federação ilibou Pinto da Costa e devolveu os seis pontos ao FC Porto.

Aliás, Pinto da Costa não foi o único a vencer a Comissão Disciplinar liderada por Ricardo Costa em processos relacionados com Apito Dourado e Apito Final. Oito anos depois da CD punir o Boavista com descida de divisão, o Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa anulou essa decisão. Essa deliberação obrigou a FPF a indemnizar e reintegrar o Boavista.

Pinto da Costa e Carolina Salgado

No desenrolar de todo o caso Apito Dourado, a vida pessoal de Pinto da Costa foi muito analisada e comentada. Em particular, o relacionamento de Pinto da Costa com Carolina Salgado.

Foto: YouTube

Antes de conhecer Carolina Salgado, Pinto da Costa passou por dois casamentos. Primeiro com Manuela Carmona, com quem teve Alexandre Pinto da Costa, e depois com Filomena Morais, com quem teve Joana Pinto da Costa.

A partir de 2000, Pinto da Costa começou a ser visto com regularidade na companhia de Carolina Salgado. Segundo ela, conheceram-se no bar de alterne onde ela trabalhava, o Calor da Noite. 

Carolina Salgado e Apito Dourado

O romance durou seis anos. Em 2006, logo após a separação, Carolina Salgado escreveu um livro com várias acusações a Pinto da Costa.

Várias passagens do livro ‘Eu, Carolina’ foram usadas pela Comissão Disciplinar da Liga no âmbito do processo Apito Dourado. No entanto, Carolina Salgado seria desacreditada como testemunha pela justiça civil. Aliás, Carolina Salgada foi condenada por difamação de Pinto da Costa.

Em 2012, Carolina Salgado publicou ‘Descida ao Inferno’, para denunciar alegados “ataques, perseguições e ameaças” desde que “ousou dizer não a Pinto da Costa”. Todavia, se o primeiro livro foi um sucesso de vendas, este passou despercebido.

Quanto a Pinto da Costa, viria ainda a casar com Fernanda Miranda e, após novo divórcio, com Cláudia Campo, em 2023.

Caso do túnel

À época, o Apito Dourado e a relação com Carolina Salgado apareciam em qualquer crítica a Pinto da Costa. Nas intervenções públicas, o líder portista respondia com a "perseguição do Ministério Público" e comentários sobre Ricardo Costa, presidente da Comissão Disciplinar (CD) da Liga.

Na entrada para a época 2009/10, o FC Porto era tetracampeão, após o treinador Jesualdo Ferreira ter conseguido três títulos seguidos (o primeiro foi conseguido por Co Adriaanse). Porém, sobre as equipas que tinham jogadores como Lucho, Ricardo Quaresma e Lisandro López pairava a sombra do Apito Dourado.

E surgiu então o caso do túnel. Após o jogo com o Benfica, houve incidentes envolvendo cinco jogadores do FC Porto e dois seguranças, no túnel da Luz.

A CD reagiu de imediato, suspendendo Hulk – que era então a grande figura da equipa portista – por quatro meses e Sapunaru por seis meses. Claro que o FC Porto recorreu.

Os castigos foram reduzidos pelo Conselho de Justiça da FPF, mas já era tarde. Hulk foi suspenso por três jogos, quando já tinha cumprido 17 partidas de castigo; e Sapunaru por quatro jogos, depois de ter ficado ausente por castigo em quatro e ter sido emprestado ao Rapid de Bucareste.

Pinto da Costa não tem dúvidas. Em várias intervenções públicas, o presidente portista afirmou que o caso do túnel foi montado pela CD de Ricardo Costa para evitar um novo pentacampeonato do FC Porto.

Sem poder contar com Hulk e Sapunaru em momentos decisivos da época, o FC Porto terminou esse campeonato no terceiro lugar, atrás do SC Braga e oito pontos abaixo do campeão Benfica.

De seguida, Pinto da Costa despediu Jesualdo Ferreira.

Pinto da Costa e André Villas-Boas

Ainda no rescaldo do caso do túnel, Pinto da Costa contratou outro treinador que faria história no FC Porto: André Villas-Boas (AVB).

Foto: FC Porto

O registo impressionante do treinador do FC Porto em 2010/11 seria usado mais tarde contra Pinto da Costa: em 2024, AVB anunciou a candidatura à presidência do FC Porto. E seria precisamente o treinador da "cadeira de sonho" que viria a derrotar Pinto da Costa nas urnas, nas eleições de 27 de abril. 

Mas o que ganhou André Villas-Boas?

  • Liga Europa, com Falcao a bater o recorde de golos na prova (17);
  • Campeonato, sem derrotas e com recorde de pontos de avanço (21) sobre o segundo classificado (Benfica);
  • Taça de Portugal, com goleada de 6-2 ao Vitória SC na final;
  • Supertaça, com vitória sobre o Benfica de Jorge Jesus;
  • Recorde de quatro troféus na mesma época (igualando Tomislav Ivic);
  • Recorde de treinador mais jovem a ganhar uma prova da UEFA;
  • Recorde de vitórias de um clube português nas provas europeias (14);
  • Treinador com transferência mais cara do mundo – 15 milhões de euros (recorde entretanto batido).

Ainda em 2011, Pinto da Costa entregou o Dragão de Ouro a André Villas-Boas. E disse para AVB “Esta será sempre a tua cadeira de sonho, por muitas cadeiras onde passes. Se escreveres as tuas memórias nos próximos 30 anos, conta comigo para te escrever o prefácio”.

Em 2024, não há memórias nem prefácio: AVB derrotou Pinto da Costa e foi eleito presidente do FC Porto. E assim termina (para já?) esta biografia de Pinto da Costa, o presidente mais titulado do mundo:

  • 15.344 dias como presidente do FC Porto, num total de 15 mandatos;
  • 2.585 troféus em 21 modalidades (68 dos quais no futebol).